Afrika (SCS)
A extinta companhia The Gamers publicava jogos consim em séries, com regras comuns a cada série e com regras específicas para cada jogo. Esta companhia foi adquirida há alguns anos pela Multiman Publishing, a mesma editora que publica atualmente o Advanced Squad Leader. A MMP manteve o nome The Gamers e continuou a lançar jogos com esta marca, mantendo as séries originais.
Uma destas séries é a Standard Combat Series, que apresenta jogos de porte pequeno para médio, em tese apropriados para partidas rápidas. Embora este objetivo nem sempre seja alcançado (Ardennes), é ele que norteia a maior parte dos jogos da série.
As regras são simples e curtas. Como é comum a outros jogos da The Gamers, as zonas de controle não são rígidas e sim fluidas. Normalmente, um turno de jogo consiste em movimento/combate/exploração/suprimento para um dos lados, seguido da mesma sequência para o outro lado.
Afrika, primeiramente publicado em 1993, representa a campanha no deserto da África do Norte, no Egito e na Líbia, de 1940 a 1942. Um turno representa um mês de operações, as unidades variam de (raros) batalhões a divisões; assim, o jogo situa-se firmemente na escala operacional/grande tática. Afrika ganhou o prestigiado prêmio Charles S. Roberts no ano de sua publicação, na categoria de jogossobre a 2ª guerra.
Em que pesem os méritos do jogo nesta edição, contudo, ela foi marcadamente influenciada pelo jogo DAK, também da The Gamers (mas da Operational Combat Series), que então estava sendo criado. DAK era um projeto muito mais ambicioso e detalhado, e diversas regras importadas quase que literalmente deste jogo encontraram-se utilizadas no Afrika, tornando-o assim um tanto pesado.
Assim, em 2006, a MMP lançou uma segunda edição do jogo, consideravelmente simplificada com respeito à edição original, mas mantendo as principais características daquela. Esta reedição uma vez mais concorreu ao prêmio Charles S. Roberts, sem todavia lograr conquistá-lo.
Ao contrário da edição original, na nova edição não há cenários menores independentes das campanhas. Ao invés disso, os cenários oferecidos são inícios distintos para o jogo da campanha - por exemplo, a ofensiva italiana de 1940, ou a operação Crusader - mas todos podem ser jogados por dois ou três turnos apenas, cobrindo as operações iniciais do período escolhido.
O jogo foi criado em torno à campanha completa, e os cenários menores se ressentem disso. Assim, por exemplo, em Crusader o objetivo dos Aliados é libertar Tobruk - mas não se explica como considerá-la “libertada”; e se houver unidades do Eixo em Halfaya Pass? em Bardia? Mas, considerados como ferramentas para aprender o jogo, os cenários são suficientes.
Como em qualquer jogo que se preze sobre este teatro da guerra, o suprimento desempenha um papel primordial. Os mecanismos de transporte de suprimentos foram abstraídos sob a forma de “pontos de caminhões” e navegação costeira. O Eixo dispõe de um depósito de suprimentos infinito em Tripoli, mas trazer estes suprimentos para a frente de combate não é nada simples. O sistema, embora simples comparado a outros jogos, funciona bastante bem para representar as restrições operacionais com que os dois lados tinham que lidar (especialmente o Eixo).
De forma geral, Afrika é um bom jogo, bastante adequado ao seu propósito: um jogo rápido, leve, que simula bastante bem a campanha na África do Norte.
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