Todos os Jogos
Em 1978, a cena lúdica brasileira ainda era muito incipiente. A maior parte das empresas lançava jogos apenas para o mercado infantil; praticamente só a recém-chegada Grow tinha lançamentos para o mercado adulto. RPGs, ainda uma novidade mesmo nos EUA, estavam a anos de sua publicação em português; e os TCGs/CCGs ainda não tinham sido inventados.
Neste cenário, começava a brilhar no Brasil a figura de Mário Seabra, o nosso primeiro designer profissional de jogos. Mário Seabra tinha a visão de uma sociedade onde o jogo não fosse visto apenas como brincadeira de criança, mas como uma atividade para todas as idades. Para ajudar a concretizar esta visão, Mário Seabra concebeu a ideia de uma coleção de jogos, tradicionais e modernos, vendida em bancas de jornal. Ele conseguiu vender a ideia para a Editora Abril e, em 1978, foi publicado o primeiro fascículo da coleção Todos os Jogos.
Este fascículo trazia a Batalha das Quatro Horas (tradução do Strike Force One, um jogo de distribuição gratuita da SPI); foi o primeiro wargame publicado no Brasil. Além disso, trazia tabuleiros, peças e regras para outros jogos, estabelecendo um padrão que seria seguido ao longo da coleção. Junto aos jogos, cada fascículo trazia também a Revista dos Jogos, um noticiário sobre a cena lúdica brasileira e mundial; um caderno que, ao final da coleção, era encadernado no volume Os Melhores Jogos do Mundo; e um caderno que também era encadernado ao final da coleção, com regras de jogos de cartas, do Klondike ao Elêusis.
A coleção durou apenas 27 fascículos, trazendo dezenas de jogos tradicionais e modernos, cujas peças eram guardadas em uma caixa de papelão com três andares. Alguns jogos prometidos, não chegaram a ser publicados; mas alguns jogadores interessados, que escreveram para a editora solicitando material adicional, foram atendidos e receberam uma série de jogos, incluindo o famoso Go (embora em uma versão reduzida). A coleção Todos os Jogos marcou toda uma geração de jogadores e deu origem a uma série de iniciativas, como a Elo de Amadores de Jogos e a Confraria Lúdica.
Agora, um grupo originário da Ilha do Tabuleiro está promovendo um abaixo-assinado para a republicação desta coleção. Participe e assine.
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