Uma classe média certa, outra errada

16 de Mai de 2016

Ontem à noite a Rede Globo transmitiu uma entrevista com o presidente em exercício. Li notícias, agora pela manhã, em três noticiosos (G1, UOL e El País) sobre panelaços e apupos durante a transmissão da entrevista.

As notícias mencionam bairros onde aconteceram as manifestações.

Em São Paulo: Pinheiros, Grajaú, Butantã, Santa Cecília, Vila Madalena, Moema, Perdizes, Pompeia e Bela Vista.

No Rio de Janeiro: Jardim Botânico, Botafogo, Lagoa, Copacabana, Flamengo, Catete, Laranjeiras e Barra da Tijuca.

Dois comentários me ocorrem ante esta manifestação. O primeiro é que os defensores da presidenta frequentemente atacam e demonizam a Rede Globo. Soa estranho que tenham se interessado em assistir à programação desta rede.

Quando houve panelaços contra a presidenta Dilma e o PT, nos meses passados, estes panelaços aconteciam durante transmissões em cadeia nacional, que todos os canais abertos tinham que transmitir.

Mas uma entrevista irradiada por um único canal — e especialmente a demonizada Globo — não precisa ser assistida.

O segundo ponto remete a uma crítica, frequentemente vociferada a respeito das manifestações contrárias à presidenta. Esta crítica desmerecia as manifestações por serem predominantemente realizadas por pessoas de classe média. Quando houve panelaços contra a presidenta, por exemplo, choveram críticas do tipo “na periferia ninguém bateu panela”.

Quem conhece os bairros elencados acima sabe que são todos de classe média.

A periferia continua em silêncio.

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LC, o Quartelmestre

Também conhecido como Luiz Cláudio Silveira Duarte. Escritor, poeta, pesquisador, jogador, polímata, filômata... está bom para começar.