Uma classe média certa, outra errada
Ontem à noite a Rede Globo transmitiu uma entrevista com o presidente em exercício. Li notícias, agora pela manhã, em três noticiosos (G1, UOL e El País) sobre panelaços e apupos durante a transmissão da entrevista.
As notícias mencionam bairros onde aconteceram as manifestações.
Em São Paulo: Pinheiros, Grajaú, Butantã, Santa Cecília, Vila Madalena, Moema, Perdizes, Pompeia e Bela Vista.
No Rio de Janeiro: Jardim Botânico, Botafogo, Lagoa, Copacabana, Flamengo, Catete, Laranjeiras e Barra da Tijuca.
Dois comentários me ocorrem ante esta manifestação. O primeiro é que os defensores da presidenta frequentemente atacam e demonizam a Rede Globo. Soa estranho que tenham se interessado em assistir à programação desta rede.
Quando houve panelaços contra a presidenta Dilma e o PT, nos meses passados, estes panelaços aconteciam durante transmissões em cadeia nacional, que todos os canais abertos tinham que transmitir.
Mas uma entrevista irradiada por um único canal — e especialmente a demonizada Globo — não precisa ser assistida.
O segundo ponto remete a uma crítica, frequentemente vociferada a respeito das manifestações contrárias à presidenta. Esta crítica desmerecia as manifestações por serem predominantemente realizadas por pessoas de classe média. Quando houve panelaços contra a presidenta, por exemplo, choveram críticas do tipo “na periferia ninguém bateu panela”.
Quem conhece os bairros elencados acima sabe que são todos de classe média.
A periferia continua em silêncio.
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