A escolha pela mentira
http://brasil.elpais.com/brasil/2016/10/14/internacional/1476453280_024293.html
Ja tive oportunidade, em textos anteriores, de denunciar falácias e mentiras, que têm um solo fértil e nutritivo nas comunicações pela Internet. O artigo de Javier Ayuso segue pela mesma linha, e mostra como se criou uma indústria ao redor da mentira.
Os paralelos com as máquinas de propaganda dos regimes extremistas de meados do século passado são extremamente preocupantes. Ayuso faz eco a estes paralelos, ao repetir a frase que a mentira, quando muito repetida, transforma-se em verdade. Esta frase foi cunhada pela propaganda do Terceiro Reich, que a atribuiu – falsamente – a Winston Churchill.
Mas falta um fator importante na equação que Ayuso esboça. Toda forma de comunicação envolve dois atores, emissor e receptor. Quando a comunicação ocorre nos dois sentidos, temos a possibilidade de diálogo, e os dois atores são, ao mesmo tempo, emissores e receptores.
Os meios de comunicação de massa – textos impressos, rádio, televisão, cinema – nos acostumaram a sermos atores passivos, e agirmos apenas como receptores da comunicação. Reservamos, por muito tempo, a nossa capacidade de emissão para os nossos próximos.
Agora, a tecnologia nos traz duas ferramentas inéditas. Primeiro, a mesma Internet que nos bombardeia com informações escolhidas por outros – a propaganda – também nos oferece os meios de aferir a validade e a veracidade destas informações. Ela nos dá os meios para sermos leitores críticos.
Segundo, a nossa audiência aumentou enormemente. Nossas ideias já não se restringem aos amigos em uma mesa de bar, ou aos familiares na sala de casa.
A má fé e a estupidez nos bombardeiam com falsidades. Acreditar nelas é uma decisão pessoal. Propagar mentiras é uma decisão pessoal. Decida!
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