Software livre no Executivo

3 de Nov de 2016

Uma das boas políticas dos governos do PT foi o incentivo à adoção de software livre por parte dos órgãos federais. As razões técnicas são muitas, mas — especialmente em tempos de dinheiro curto — a economia é extremamente importante. Li que a CGU estimou que o Portal do Software, do governo federal, economizaria seiscentos milhões de reais com a adoção de software livre.

A adoção de software livre nunca foi uma política federal determinada, mas apenas um incentivo. Ainda assim, foi um passo importante.

Há alguns dias, a Microsoft inaugurou um  Centro de Transparência  em Brasília. Segundo a empresa,  o espaço foi construído para promover a computação confiável e segura, um fator crítico para a transformação digital, e atender a necessidades específicas de segurança do setor público.

A parte importante da história:  No Brasil, a parceria será estendida com a adesão ao Programa de Segurança do Governo pelo Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, em protocolo de intenções assinado pelo Secretário de Tecnologia da Informação, Marcelo Pagotti.

Traduzindo: o governo federal decidiu voltar a comprar software da Microsoft. Segundo Marcelo Pagotti:  A iniciativa da Microsoft de abrir aqui um centro de excelência em transparência e segurança vai diretamente ao encontro do que pensamos para estabelecer um governo digital.  Eu concordo absolutamente com o secretário, mas acho que estamos empregando a expressão  vai diretamente ao encontro  de forma distinta.

Para ser muito claro: isto é um grave retrocesso técnico, e vai custar — por baixo — centenas de milhões de reais. Gastar uma fortuna em tempos de restrições orçamentárias já é estúpido; fazer isso para piorar consideravelmente a estrutura atual ultrapassa o estúpido e chega ao criminoso.

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LC, o Quartelmestre

Também conhecido como Luiz Cláudio Silveira Duarte. Escritor, poeta, pesquisador, jogador, polímata, filômata... está bom para começar.