Software livre no Executivo
Uma das boas políticas dos governos do PT foi o incentivo à adoção de software livre por parte dos órgãos federais. As razões técnicas são muitas, mas — especialmente em tempos de dinheiro curto — a economia é extremamente importante. Li que a CGU estimou que o Portal do Software, do governo federal, economizaria seiscentos milhões de reais com a adoção de software livre.
A adoção de software livre nunca foi uma política federal determinada, mas apenas um incentivo. Ainda assim, foi um passo importante.
Há alguns dias, a Microsoft inaugurou um Centro de Transparência em Brasília. Segundo a empresa, o espaço foi construído para promover a computação confiável e segura, um fator crítico para a transformação digital, e atender a necessidades específicas de segurança do setor público.
A parte importante da história: No Brasil, a parceria será estendida com a adesão ao Programa de Segurança do Governo pelo Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, em protocolo de intenções assinado pelo Secretário de Tecnologia da Informação, Marcelo Pagotti.
Traduzindo: o governo federal decidiu voltar a comprar software da Microsoft. Segundo Marcelo Pagotti: A iniciativa da Microsoft de abrir aqui um centro de excelência em transparência e segurança vai diretamente ao encontro do que pensamos para estabelecer um governo digital. Eu concordo absolutamente com o secretário, mas acho que estamos empregando a expressão vai diretamente ao encontro de forma distinta.
Para ser muito claro: isto é um grave retrocesso técnico, e vai custar — por baixo — centenas de milhões de reais. Gastar uma fortuna em tempos de restrições orçamentárias já é estúpido; fazer isso para piorar consideravelmente a estrutura atual ultrapassa o estúpido e chega ao criminoso.
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