Quando o Estado é criminoso
Nos últimos dias, li notícias que mostram, claramente, excessos e crimes cometidos por pessoas que pretendem combater crimes.
Refiro-me, primeiramente, à violação do sigilo profissional de Eduardo Guimarães. Sim, ele é um notório integrante dos blogs sujos. Sim, ele claramente não pretende ser isento , e tudo o que publica em seu blog tem o claro propósito de servir à causa da canalha.
Não importa. Sabe-se que não existe imprensa neutra ou isenta . Julgar, sem o devido processo legal, que a proteção constitucional não se estende a alguém, com base na qualidade ou no conteúdo do que escreve, é trilhar um caminho extremamente perigoso.
O segundo caso é o da exposição pública do vídeo gravado durante a condução coercitiva do ex-presidente Lula, em março de 2016. Pesam graves acusações contra o ex-presidente, e — pessoalmente — acredito ser ele um criminoso.
Não importa. Ele tem os mesmos direitos à sua privacidade e à inviolabilidade de seu lar que quaisquer outras pessoas têm. Violar estes direitos, mais uma vez, é trilhar um caminho que pode não ter volta.
Combati e combato, com minhas palavras, os criminosos que estiveram e que estão no poder. Da mesma forma que não admito que esta canalha use o Estado de Direito para acobertar e favorecer seus crimes, não quero ver os agentes do mesmo Estado de Direito cometerem crimes, ainda que em combate aos primeiros criminosos.
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