Lula e machismo
Nesta última quarta, dia 26, o ex-presidente Lula concedeu longa entrevista ao jornalista Kennedy Alencar. A entrevista foi exibida no SBT.
Para começar, a entrevista mais uma vez demonstra que Lula só tem coragem de falar com jornalistas amistosos ou amestrados.
Mas não é este meu principal ponto. A certa altura, o ex-presidente fala:
Você já foi à loja com sua mulher comprar sapatos? Você viu que às vezes ela pede para o cara da loja descer 40 caixas, ela bota os 40 no pé, depois ela fala que não quer nenhum, levanta e vai embora?
Em março do ano passado, muitas feministas fizeram grandes ginásticas verbais para dizer que, quando Lula falou nas ativistas “de grelo duro” do PT, não foi machista. À época, perguntei o que aconteceria se outra pessoa qualquer usasse a mesmíssima expressão.
Repito a pergunta. O que nossas feministas e as redes sociais da Internet diriam se o presidente Michel Temer falasse exatamente as mesmas palavras ditas pelo ex-presidente?
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Quero deixar claro que machismo e feminismo não devem ser as únicas réguas para medir a adequação ou capacidade de um político. Esta é uma questão por demais complexa — especialmente em se tratando de líderes nacionais — para ser resolvida com base em apenas um critério.
O que quero — exijo! —, em um debate que se pretenda sério, é que as mesmas regras se apliquem a todos.
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