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The Campaign for North Africa

11 de Mai de 2017

Volto a escrever um pouco sobre a minha experiência com o CNA, a pedido do Tássio Lima Tavares.

A primeira notícia que eu tive do Campaign for North Africa foi na coleção Todos os Jogos, publicada pela Abril em 1978-1979. A coleção trouxe as primeiras publicações de wargames no Brasil: Batalha das Quatro Horas (Task Force One, da SPI), Yom Kippur (jogo original do Mário Seabra)*** e Wurzburg (de um Quad Game da SPI). Estes jogos me cativaram, e eu e meus confrades os jogamos exaustivamente.

(*** Pensei isso durante muito tempo, mas recentemente o Carlos Seabra, filho do Mário Seabra, me corrigiu: o Yom Kippur foi criado pelo Aldo Pereira, falecido em 2017.)

Cada fascículo da coleção incluía uma nova edição da Revista dos Jogos. Uma das edições trazia uma nota sobre o recém-lançado jogo da SPI, e dava os dados impressionantes sobre o tamanho do monstro.

Aquilo me acendeu o interesse, mas, na época, era extremamente difícil importar um jogo pelo Correio.

Dei sorte: o pai de um amigo viajou, a serviço, para os EUA, em fins de 1979, e comprou o jogo — para o filho, mas ele desanimou quando viu o tamanho do jogo e o vendeu para mim.

Passei a maior parte do ano de 1980 traduzindo as regras básicas, com o dicionário na mão. No verão de 1981, meus amigos e eu começamos a enfrentar o jogo.

O maior desafio era entender a lógica da organização das dezenas de fichas e formulários. As regras não ofereceram maior dificuldade, mesmo com a tradução meia-boca que eu fiz. Mas a maior parte das atividades dos jogadores centravam-se na organização das informações, e sobre isso as regras traziam muito poucas informações.

Nossa primeira partida usou o primeiro cenário, A Campanha Italiana. Não joguei, mas fiquei de árbitro; quatro confrades dividiram, dois a dois, os comandos dos Aliados e do Eixo.

A partida não foi muito longe, mas serviu para entendermos o funcionamento geral do jogo. Também serviu, especialmente, para que eu identificasse os pontos mais fracos da minha tradução, nos quais eu tinha que me concentrar para podermos jogar melhor.

Voltamos a jogar no verão seguinte. Desta vez escolhemos o segundo cenário, Corrida para Tobruk, que mostra a chegada de Rommel e a corrida pelo deserto para tomar Tobruk. Foi uma partida mais fácil, tanto por já dominarmos melhor as regras, quanto por haver menos unidades em jogo.

Durante a década de 1980, ainda voltamos a jogar três partidas (Operação Crusader, novamente Corrida para Tobruk, e El Alamein). Depois disso, passaram-se mais de 20 anos, até que voltei a jogar o CNA. As fotos são desta partida. Como comentei em outro post, usar planilhas tornou o jogo extremamente praticável, e — mesmo com a maior parte dos jogadores desconhecendo as regras — conseguimos avançar bastante na partida, comparativamente às experiências passadas.

Daqui para a frente, não voltarei a jogar o CNA em meio físico, e é por isso que o estou vendendo. Gosto de vários monster games, e a experiência de jogá-los pela Internet é muito melhor. Já criei uma versão digital do CNA.

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LC, o Quartelmestre

Também conhecido como Luiz Cláudio Silveira Duarte. Escritor, poeta, pesquisador, jogador, polímata, filômata... está bom para começar.