Roubando ouro olímpico
Leio que várias das medalhas olímpicas, cunhadas pela nossa Casa da Moeda, e entregues a atletas em 2016, estão enferrujando. A Casa da Moeda está recebendo e reparando as medalhas danificadas e, segundo a reportagem, estes reparos não são pagos com dinheiro público.
Procuro e encontro, com facilidade, matérias do início de 2016 entoando loas ao trabalho da Casa da Moeda, na confecção das medalhas.
Encontro, sem surpresa, a primeira reportagem sobre problemas com as medalhas, já em novembro de 2016. A reportagem minimiza o problema, dizendo que apenas 15 medalhas voltaram à Casa da Moeda para reparos. Hoje, já são 137.
Então, como agora, a explicação é que a culpa é dos atletas.
Voltando à reportagem sobre a confecção das medalhas, publicada em 29 de junho, leio que o ouro provém de uma mina brasileira, mas que o seu proprietário exigiu que seu nome não fosse divulgado, e nem a localização da mina.
Mais abaixo, a matéria informa que as medalhas recebem um verniz fosco, para protegê-las da oxidação.
As medalhas da Rio 2016 são mais pesadas do que as medalhas das competições anteriores. Custaram mais de dezesseis milhões de reais, e a própria Casa da Moeda as pagou. Presumivelmente, também é ela quem paga os custos dos reparos.
Lamento. Mesmo em condições normais, a Casa da Moeda teria muito o que explicar. Considerando todos os crimes cometidos pelo Estado e por seus servidores, como vemos todos os dias, acredito que uma investigação é urgentemente necessária.
Links para as reportagens antigas:
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