Roubando ouro olímpico

24 de Mai de 2017

Leio que várias das medalhas olímpicas, cunhadas pela nossa Casa da Moeda, e entregues a atletas em 2016, estão enferrujando. A Casa da Moeda está recebendo e reparando as medalhas danificadas e, segundo a reportagem, estes reparos não são pagos com dinheiro público.

Procuro e encontro, com facilidade, matérias do início de 2016 entoando loas ao trabalho da Casa da Moeda, na confecção das medalhas.

Encontro, sem surpresa, a primeira reportagem sobre problemas com as medalhas, já em novembro de 2016. A reportagem minimiza o problema, dizendo que apenas 15 medalhas voltaram à Casa da Moeda para reparos. Hoje, já são 137.

Então, como agora, a explicação é que a culpa é dos atletas.

Voltando à reportagem sobre a confecção das medalhas, publicada em 29 de junho, leio que o ouro provém de uma mina brasileira, mas que o seu proprietário exigiu que seu nome não fosse divulgado, e nem a localização da mina.

Mais abaixo, a matéria informa que as medalhas recebem um verniz fosco, para protegê-las da oxidação.

As medalhas da Rio 2016 são mais pesadas do que as medalhas das competições anteriores. Custaram mais de dezesseis milhões de reais, e a própria Casa da Moeda as pagou. Presumivelmente, também é ela quem paga os custos dos reparos.

Lamento. Mesmo em condições normais, a Casa da Moeda teria muito o que explicar. Considerando todos os crimes cometidos pelo Estado e por seus servidores, como vemos todos os dias, acredito que uma investigação é urgentemente necessária.

Links para as reportagens antigas:

http://globoesporte.globo.com/olimpiadas/noticia/2016/06/todos-os-segredos-da-producao-das-medalhas-olimpicas-da-rio-2016.html

http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2016/11/casa-da-moeda-restaura-medalhas-desgastadas-da-rio-2016.html

http://www.mg.superesportes.com.br/app/noticias/especiais/olimpiadas/jogos2016/jogos2016-paginas/2016/04/19/conteudo-jogos2016,334227/medalha-olimpica.shtml

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LC, o Quartelmestre

Também conhecido como Luiz Cláudio Silveira Duarte. Escritor, poeta, pesquisador, jogador, polímata, filômata... está bom para começar.