Violência política
Participei de muitas manifestações públicas contra a ex-presidenta Dilma Rousseff. Estas manifestações eram, em geral, convocadas com antecedência, por várias organizações. Lembro que, especialmente nas primeiras, havia o temor de que se infiltrassem, entre os manifestantes, pessoas que queriam usar a violência. As organizações davam orientações claras: se houver violência, sentem-se! Isso ajudará a polícia a identificar e prender os baderneiros.
Felizmente nada disso aconteceu. Em uma das manifestações — e que não foi convocada com antecedência, diga-se — vi um homem subir a um carro de som e pregar uma chula violência contra a presidenta. Não foi aplaudido, ao contrário de outros que falaram.
Muitas organizações vêm convocando manifestações contra o governo do presidente que elegeram. Ao contrário das manifestações de que participei, nestas sempre lemos notícias de caravanas de ônibus que são organizadas para levar pessoas para engrossar a massa; ao contrário daquelas, nestas não se vêem a bandeira e as cores nacionais, mas sim uma profusão de bonés, camisetas e bandeiras das organizações que montam as caravanas.
Ao contrário das manifestações de que participei, nestas a organização não dá qualquer orientação que procure impedir a violência.
Estas manifestações bloqueiam ruas e estradas, vandalizam lojas, depredam orelhões e placas de trânsito… e, mais uma vez, invadem, quebram e incendeiam prédios da capital do NOSSO país — o país que é tanto deles quanto de todos os demais brasileiros, mas que eles querem que seja apenas deles, e especialmente para eles.
Hoje vemos, nas tribunas, na imprensa, e especialmente na esgotosfera da Internet, inumeráveis condenações à indizível, indesculpável, criminosa violência cometida contra pobres manifestantes indefesos e pacíficos, pelas tropas implacáveis do presidente ilegítimo.
Nenhum destes que mencionei acima condena a violência empregada pelos manifestantes.
Registro, ainda, que nenhuma notícia menciona confronto entre manifestantes e tropas do Exército, ou dos Fuzileiros Navais; os confrontos aconteceram entre a polícia militar do DF e os manifestantes, e foram parte da razão para ter o presidente convocado a força militar.
Espero que o presidente Michel Temer perca, legalmente, o alto cargo que assumiu, também legalmente. Há motivos suficientes para isso.
Mas o presidente cumpriu seu dever ao convocar as tropas das nossas Forças Armadas para manter a ordem.
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