Thalia
Aproveitei o Carnaval para ir a Brasília rever amigos e família — especialmente meus filhos, Lilah, Thalia e Arthur. Fiquei muito feliz em poder passar um pouco mais de tempo, desta vez, com Arthur e Thalia. Os dois estão descobrindo e criando seus percursos, e isso é maravilhoso de ver.
Quando Thalia nasceu, compramos um berço bastante grande para ela. O estrado para o colchão do berço podia ser abaixado à medida que ela crescia. Como a profundidade e o comprimento eram bons, o berço foi sua cama até os dois anos de idade, quando começamos a preparar ambos — berço e Thalia — para a chegada de sua irmã Lilah.
Como o berço era fundo, mesmo aos dois anos de idade Thalia não conseguia sair dele sozinha. Quando ela acordava, pela manhã, me chamava, feliz: Papai! Acordei! Meu escritório ficava perto do quarto dela, e eu ia abrir o seu quarto, dando-lhe beijos de despertar e ajudando-a com a rotina matinal.
Sua nova cama foi colocada ao lado do berço que ia agora receber sua irmã. A cama tinha guardas laterais até a metade, então ela poderia sair sozinha. Mas ela manteve a rotina do despertar, iniciada com seu chamado, e continuou a fazer o mesmo por muitos meses. Não fiz força para que desistisse; eu sentia um grande prazer em fazê-la começar o dia com beijos e carinho.
Mas ela aprendeu, quando se sentiu pronta para isso, a acordar e descer da cama sozinha — e isso me encheu de alegria, porque eu tinha agora o prazer de tê-la ajudado a dar os passos que escolheu dar, no seu tempo.
Nem deixei de dar-lhe beijos e carinho matinais, claro.
Pensava nisso hoje, ao acordar. Não há alegria maior para mim do que quando consigo ajudar, em alguma medida, meus filhos a escolherem seus caminhos, e a darem seus primeiros passos neles.
Não há necessidade de olhar para trás. O que vem pela frente é tão lindo!
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