As regras do jogo e as regras dos jogadores
Palestra na SPIEL 2020.
Há dois dias, meu vĂdeo sobre As regras do jogo e as regras dos jogadores foi divulgado na SPIEL.digital. Durante a apresentação, conversei um pouco com o pĂşblico.
A SPIEL Ă© a grande feira da indĂşstria mundial de jogos, este ano acontecendo de forma digital. AtĂ© por ser digital, a feira abriu as portas para contribuições de muitos paĂses. No Brasil, um grupo de aficionados criou o PavilhĂŁo Brasil, e vários pesquisadores de jogos foram convidados a fazer palestras para o grande pĂşblico.
Sobre o que falei
O tĂtulo da palestra Ă© “As regras do jogo e as regras dos jogadores”. Nela, falo um pouco sobre conceitos relevantes para a minha pesquisa de doutorado – que tem, como objeto, justamente regras de jogo.
Qualquer jogo tem dois tipos de regras. Um é o das regras formais – “mova seu pião dois espaços”, por exemplo. O outro é o das regras sociais. Por assim dizer, são as regras escritas e as regras não escritas.
As regras sociais podem ser tão importantes quanto as regras formais, e podem até ser mais importantes. Especialmente porque, além dos jogadores, pode haver mais pessoas interessadas em um jogo, e há regras para elas também.
O impacto disso fica mais interessante quando pensamos não em quem cumpre as regras, mas em quem viola as regras. Os trapaceiros. Estudar os trapaceiros e as trapaças revela informações úteis.
Ăšteis? Por quĂŞ?
Por que estudo este assunto?
Parte da motivação da minha pesquisa é entender transgressões de regras que têm impacto na nossa vida, fora das mesas de jogo. Uso as regras de jogo como um laboratório para entender as regras da nossa sociedade.
Vivemos em um momento no qual transgressões de regras se tornaram mais comuns. Mais do que isso, passaram a ser armas, manipuladas propositalmente com efeitos que vão muito além das regras formais violadas.
Pensar nestas questões sob o ponto de vista das regras ajuda a entender melhor o que se passa – e, portanto, ajuda a decidir o que se pode fazer.