Estrelas
Ontem, eu retornava a meu apartamento, no início da noite, quando notei algumas estrelas brilhantes logo sobre o prédio. A luz da entrada estava apagada – talvez queimada? Qualquer que fosse o motivo, a pouca iluminação me motivou a tentar fotografar as estrelas que brilhavam em meu caminho.
A câmera de meu celular é boa, mas fotos noturnas são sempre difíceis. Editei brilho e contraste na foto acima, para realçar as estrelas. Mesmo assim, a imagem não é boa.
A estrela mais brilhante, à esquerda, é α Centauri, Alfa Centauro, acompanhada por β Centauri, Beta Centauro. Dois sistemas estelares triplos, o primeiro deles o nosso vizinho mais próximo no universo.
À direita do Centauro, mais fracas, as estrelas da nossa querida Crux, a constelação do Cruzeiro do Sul.
Lembrei de um dos belos trechos do Silmarillion, de J. R. R. Tolkien:
Afastou-se então Varda do conselho; das alturas da Taniquetil ela contemplou a escuridão da Terra-média, sob as inumeráveis estrelas, pálidas e distantes. Começou ela, neste instante, uma enorme faina, a maior de todas as obras dos Valar desde sua chegada a Arda. Tomou os orvalhos prateados dos tonéis de Telperion, e com eles fez novas estrelas, mais brilhantes, para a chegada dos Primogênitos. Seu nome, desde os tempos mais profundos, desde a construção de Eä, era Tintallë, a Acendedora; mas, por causa deste trabalho, os Elfos mais tarde a chamaram Elentári, Rainha das Estrelas. Naquele momento, ela criou Camil e Luinil, Nénar e Lumbar, Alcarinquë e Elemmírë; muitas outras das estrelas mais antigas ela reuniu e dispôs como sinais nos céus de Arda: Wilwarin, Telumendil, Soronúmë e Anarríma; e Menelmacar, com seu cinturão cintilante, prenúncio da Última Batalha, que ocorrerá no final dos tempos. E bem alto, no norte, como um desafio a Melkor, ela alçou a coroa de sete estrelas poderosas – Valacirca, a Foice dos Valar, sinal do destino.
Diz-se que, mesmo no momento em que Varda encerrou sua faina, que foi demorada; quando pela primeira vez Menelmacar galgou os céus, e a chama azul de Helluin cintilou nas névoas acima dos limites do mundo; nesta hora os Filhos da Terra despertaram, os Primogênitos de Ilúvatar. Perto da lagoa de Cuiviénen, a Água do Despertar, iluminada pelas estrelas, eles acordaram do sono de Ilúvatar. Ainda estavam em silêncio, junto a Cuiviénen, e seus olhos contemplaram, antes de qualquer outra coisa, as estrelas no céu. Desde então eles amam o brilho das estrelas, e reverenciam Varda Elentári acima de todos os outros Valar.