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A musa do fogo

poesia 16 de Set de 2021

Já na fase final da caminhada de hoje, eu pensava em fontes de inspiração, e lembrei da invocação que Shakespeare usou para abrir o Henry V – “O for a Muse of fire, that would ascend/The brightest heaven of invention” (“Ah, se houvesse uma musa do fogo, que subisse/Ao mais brilhante céu da invenção”).

Poucos momentos antes, eu havia fotografado o céu do amanhecer, maravilhado com as cores, e pensava quanto destas cores vêm de fuligem das inumeráveis queimadas, que tanto têm vitimado nossas matas. Ocorreram-me algumas linhas

Ó musa do fogo!
Dá-me tua brasa rubra
Poupa nossos campos

Mas sou injusto com a musa; não é ela quem incendeia nossas matas, e sim a mão vil, desapiedada, que se vangloria na sua covardia.

Palavras-chave

LC, o Quartelmestre

Também conhecido como Luiz Cláudio Silveira Duarte. Escritor, poeta, pesquisador, jogador, polímata, filômata... está bom para começar.