Broncas
Quando a bronca vale a pena?
Hoje, eu lia um artigo em The Guardian; uma entrevista com Sir Michael Palin, um grande ator britânico. Boa parte da entrevista trata da perda de sua esposa, há pouco menos de um ano. Eles foram casados por 57 anos.
Um ponto da sua fala me chamou a atenção: “eu adoraria que Helen ainda estivesse aqui, me dando uma bronca”.
Fiquei pensando em como nos acostumamos a fugir de broncas. Parece que existem pessoas que acham que qualquer bronca é um problema, talvez mesmo um problema grave.
Mas o que me dei conta é que não é a bronca o importante, e sim o que a motiva.
A bronca será negativa se for motivada por menosprezo, desprezo, inveja, ciúme, raiva… Esta é a bronca que mina e destrói.
Ah… mas há broncas que são motivadas por algo maravilhoso. “Eu sei que você consegue ser melhor!” É a bronca que demonstra confiança.
Eu era adolescente, ainda no colégio, quando aprendi que uma prova era, principalmente, uma ferramenta de aprendizado. Saber disso não torna agradável receber uma nota baixa, claro. Mas ajuda a usar a oportunidade e aprender com ela.
Mesmo que o aprendizado seja “eu realmente não quero nada com este assunto”…
O mesmo acontece com a bronca de quem nos ama. E, espero, com as broncas que damos a quem amamos.
Raras vezes senti necessidade de dar broncas em meus filhos. Mas, sempre que foi necessário, eu fazia questão de deixar muito claro que a bronca era do segundo tipo, seguida por beijos e abraços.
Continua não sendo divertido. Mas, se dá um pretexto para mais beijos e abraços, excelente – qualquer pretexto para isso é válido!