Ficando mais sexy

Reflexões em meu aniversário.

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Sessenta anos. Bela data, bela idade. Vale a pena refletir um pouco sobre este percurso.

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Meus aniversários costumam ser divertidos e agradáveis. Mas é raro que eu dê importância a eles. Acho que a última vez que fiz isso foi há dez anos; eu ainda estava casado com Adelaide, e ela me deu um dos melhores presentes que já recebi, chamando meus amigos de Brasília para comemorarem conosco.

Acho muito engraçado que a data de meu aniversário coincida com o Game Masters Day. A seu modo, esta coincidência é mais um dos muitos presentes que ganhei em minha vida.

Uma vida afortunada. Há poucos dias, minha querida Laila disse que eu não tenho do que reclamar em minha vida, e ela tem toda razão. Tenho meus problemas, claro; alguns são graves. Mas não existem vidas sem problemas.

Minha fortuna não vem da ausência de problemas, mas da abundância de dádivas. Principalmente, primordialmente, magnificamente o amor, celebrado com tantas pessoas queridas.

Mas há outras, muitas outras. Tanta gente, por toda a minha vida, me emprestou seu tempo, seus esforços, seus conhecimentos. A maior parte sequer soube meu nome, e eu mesmo não tenho memória da maior parte destas pessoas. Sou profundamente grato a todas, porque cada uma fez um pouco do que sou – e tudo que sou, carrego comigo.

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Uma vida. Ainda não encerrada, mas certamente uma vida completa – como todas. Não importa se ela acabar hoje, ou daqui a não sei quantos anos. “A morte é leve como uma pena, o dever é pesado como uma montanha.”

Dever. Interessante palavra, especialmente à luz do que tenho pesquisado sobre as regras que colocamos em nossas vidas.

O que eu devo, devo a mim mesmo. Devo por mim mesmo. Não é uma regra que me obriga: eu formulo a regra, e eu a crio quando me submeto a ela.

Tantos talentos que recebi… o que devo fazer com eles?

Os talentos do conhecimento são os mais fáceis. Basta propagar este conhecimento, se possível enriquecido.

Já os talentos do tempo, do empenho, do trabalho, com que tantos me presentearam, exigem outra forma de retribuição. Não é um pay back, não retribuo a quem os deu; é um pay forward, é presentear a outros o meu tempo, o meu trabalho, a minha dedicação.

O amor… ah! Um de meus autores preferidos diz que o jogo não precisa de uma justificativa externa, ele é sua própria justificativa. O mesmo acontece com o amor.

Quanto mais você ama, mais você consegue amar – e tanto mais intensamente você consegue amar. Nem há qualquer limite em quantas pessoas você consegue amar. Se alguém tivesse tempo suficiente, poderia amar todas as pessoas decentes e justas, que são a maioria.

Penso que a maior de todas as minhas fortunas é, justamente, estar mergulhado em amor. É isso que faz tudo valer a pena.

Muito, muito obrigado a todos vocês, por me presentearem com seus talentos… por fazerem valer a pena.

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2024 Luiz Cláudio Silveira Duarte https://quartelmestre.com
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