Nuvens nos olhos

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te conheci risonha
com o riso de quem ama e vive
e ama viver e vive a amar
daquele riso que torna em dia a treva
daquele momento do amor em que ele pouco dói

também te vi tristonha
normal, natural
temos todos nossas nuvens
algumas o vento leva
outras se tornam em choro
daquele que lava a alma
daquele que é o preço do amor

te vi até sem jeito, bisonha
tentando entender como lidar, o que fazer
com o que não pediu, mas causou
com o que não quis, mas inspirou

também não quis me tornar poeta
nem vieram de ti meus versos
nenhuma surpresa -- foram nuvens
mutáveis, vãs, fugazes
como são também os sonhos
que revelaram os versos
que eu já levava na alma

pois eu já era, sim, um sonhador
e são tantos sonhos
mutáveis, vãos, fugazes
os sonhos de quem ama e vive
e ama viver e vive a amar
daqueles sonhos que tornam a treva em dia
daqueles que sonho quando o amor dói

de sonhos se acorda
mas não de sorrisos
é claro que eles acabam
mas seu efeito fica
e até aumenta

quantos sorrisos já ganhei!
muitos versos e sonhos nutriram
verdade, eles doem, como sói
mas esta é dor de amor
que não é pouca, bem sei
mas muito pior é a dor
de quem não tem amor
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Nuvens nos olhos
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2025 Luiz Cláudio Silveira Duarte https://quartelmestre.com
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