A morte dos sonhos
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É certo que morrem os sonhos
É certo -- porque são vivos
Alguns morrem de velhos, depois de uma longa vida
(talvez produtiva)
Já outros morrem ainda em seus berços
Ou nos braços de quem os concebeu
Mas não soube nutri-los para que crescessem
Há os que morrem à míngua, emparedados e esquecidos
E os que morrem ceifados por feridas cruéis
Os afortunados têm morte rápida
Mas são raros; o mais das vezes, longamente agonizam
Morrem os sonhos, enfim
Porque os criamos, lhes damos vida
Então damos também a morte
Mas por que os chora o Amor?
Porque o amor é também sonho
Quando morre um sonho, morre um amor
A vida em uma mão, a morte em outra
E nunca sei qual estou a usar
Quando me ponho a sonhar
Quando invento de amar