Despedidas
Fugindo das águas do rio Lethe.
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às vezes eu digo
adeuses sentidos
enquanto eu rogo
a deuses antigos
um breve retorno
mas há despedidas
sem toques ou beijos
mais tristes, sofridas
silentes e frias
que faço das brasas
que antes ardiam?
agora são cinzas
que tintam os dedos
que antes fremiam
eu lembro sorrisos
olhares tão vivos
ou toques bem castos
guardando segredo
de ternos desejos
que vai suceder
a beijos sonhados
mas nunca ousados?
memórias de sonhos
forjados na areia
lavados no mar
não é um adeus
é só despedida
não há qualquer deus
que faça esquecer
o que nunca foi